terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Ser Psicopedagoga

   

“ Escola é... o lugar onde se faz amigos não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é,  sobretudo, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. O diretor é gente, o coordenador é gente, o  professor é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a escola será cada vez melhor na medida  em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. Nada de “ilha cercada de gente por todos os lados”. Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir que não tem amizade a ninguém, nada de ser como tijolo que forma a parede, indiferente, frio, só. Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se “amarrar nela”  ! Ora, é lógico...Numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser  feliz”,
( Paulo Freire).

  Ao ler este trecho do livro “A Pedagogia do Oprimido”, de Paulo Freire, não podemos deixar de refletir sobre a triste realidade do nosso ensino, aonde os índices de repetência e evasão escolar, vem aumentando de forma acelerada, resultando no fracasso escolar de muitos alunos.
  Vivemos em um mundo tecnológico, de mudanças rápidas, e isto deveria ser bom, mas em contrapartida, nos deparamos com situações do dia-a-dia que não sabemos como agir, estamos na era do instantâneo, do descartável, do individual, queremos tudo e não temos nada...
  Muitas destas questões refletem diretamente nas escolas, os problemas e dificuldades de aprendizagem, vêm aumentando de forma significativa, trazendo muitas dúvidas, perguntas e poucas respostas.
  Neste sentido, a psicopedagogia surge da importância em compreender melhor o processo de ensino-aprendizagem, para entender como a pessoa aprende, estudando os fatores que podem intervir durante este processo, as dificuldades, problemas e transtornos apresentados pelos alunos, dificultando ou até mesmo, impedindo o desenvolvimento de suas potencialidades.
  Este profissional procura analisar e identificar os problemas de aprendizagem, planejando ações e buscando alternativas a fim de solucionar esses sintomas, assumindo o papel de mediador entre o aluno e a aprendizagem, contribuindo com a equipe educacional para alcançar o sucesso escolar. 
  Neste sentido, faz-se necessário um olhar atencioso para quem aprende e a maneira como acontece este processo, e a importância do trabalho psicopedagógico para avaliar, diagnosticar e intervir nos problemas e dificuldades de aprendizagem.
O trabalho psicopedagógico envolve uma metodologia diferenciada, com atividades lúdicas, jogos, brincadeiras, rodas de conversa e dinâmicas, a fim de estimular e motivar o aluno a participar do atendimento com alegria e prazer, respeitando para ser respeitado, tendo responsabilidades e participando de forma efetiva em seu processo de ensino-aprendizagem. Segundo Costa, apud Prista (1993, p.61):

  Aprender parece alguma coisa que está fora e que se deve buscar realmente; é preciso mais do que uma busca ao meio, é preciso buscar dentro de si, permitir-se entrar em contato e pesquisar com todas as características e utilidades dos objetos e fatos e a partir disto, relacioná-los e registrá-los em nosso SER. Aprende-se brincando, cantando, falando e ouvindo; aprende-se quando existe a informação e o desejo de conhecê-la. Aprende-se quando o prazer rege o acaso e o interesse é respeitado. Aprende-se vivendo intensamente um momento quando todo o organismo, estruturas neurológicas e cognitivas estão relacionadas e sincronizadas em um objetivo. 

  O psicopedagogo é somente uma ponte entre o saber e o fazer, transmitindo os conhecimentos, ensinando as estratégias, procurando compreender o aluno como alguém que é capaz de aprender, motivando-o a adquirir as aprendizagens para desenvolver suas potencialidades de maneira divertida e significativa.


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